segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Prefácio (Do autor)



Meu zelo religioso foi despertado, ao descobrir que o nome do Ser Supremo foi desonrado, e nossa Santa Lei profanada, pelas mesmas pessoas que tinham sido designadas para serem os guardiões da fé e as testemunhas dessas grandes verdades que tornam o homem simples sábio, o coração entristecido contente; e os olhos brilhantes. Para minha tristeza, descobri que o estudo curioso e incansável da religião, que produz devida recompensa a seus seguidores zelosos, não foi cultivado entre nós como nos primeiros dias, e estou certo de que a ignorância e equívocos crescentes acrescentou sobrecarga mental às físicas. Perseguições resultantes de ódio religioso se multiplicaram sobre os filhos de minha fé em todos os cantos do globo, e foram cada vez maiores em amargura, tanto em consequência do baixo estado de conhecimento possuído pelos judeus em matéria de controvérsia teológica quanto pelas confusas e equivocadas noções que os cristãos haviam formado do judaísmo. Apesar disso, é absolutamente imperativo para o homem ser em todos os momentos preparado para repelir qualquer ataque feito a sua crença. Em conformidade com esta observação, nossos sábios inscreveram sua opinião no seguinte axioma: - "O homem deve assiduamente estudar sua própria fé, e ser competente para dar uma resposta adequada aos seus antagonistas" ainda mais quando se considera que, na maioria dos casos, a oposição a nossas doutrinas repousa sobre a má interpretação das Escrituras das quais apenas nós somos herdeiros legítimos e expositores.

Influenciado pelas reflexões acima expostas, empreendo este humilde trabalho, que, em sua estreita abrangência, trata de um assunto da maior importância. Meu objetivo é proporcionar o fortalecimento do crente sincero nas revelações do Sinai que, porventura, seja incapaz de se defender, e cujas opiniões possam ser expostas aos contínuos ataques de seu agressor. Recomendo a meu correligionário uma leitura atenta do "FORTALECIMENTO DA FÉ" (Ḥizuq Emuná), no qual ele vai encontrar um vasto acervo de argumentos e provas a favor e em defesa de nosso venerável credo. Em anos anteriores, quando eu investigava as obras de vários teólogos cristãos, e tinha disputas frequentes com expositores da dita religião, fazia questão de raciocinar de forma branda e imparcial. Na verdade, eu colocava minha confiança na solidez da minha posição, preservando a uniformidade constante de temperamento. Assim, pude tornar as discussões vantajosas para mim mesmo e mais aceitáveis ​​aos meus adversários. Vendo que nossas Sagradas Escrituras contêm verdades imutáveis reveladas a nós para o benefício de toda a humanidade, tenho apresentado neste trabalho tais passagens bíblicas como meios de ilustrar a autenticidade do judaísmo, como também os textos que exigem esclarecimento, a fim de que o leitor possa perceber totalmente que, independentemente de parecem obscuras ou inclinadas a dar apoio ao cristianismo, essas passagens, na verdade, apenas aparentam sê-lo, e relaciona-se única e exclusivamente à causa sagrada do judaísmo – uma causa que nenhum argumento pode rebaixar, uma vez que o objeto principal de nossa fé é fazer com que homens falíveis olhem para a Divindade Infalível e inspirar a crença de que Um Deus Indivisível governa sobre os destinos de todos, sem necessidade de mediador ou intercessor para obtermos a remissão dos nossos pecados.

Tenho procurado não apenas explicar como é inapropriado desvirtuar essas passagens de nossas Escrituras, mas também acusar, perante o tribunal do bom senso, as afirmações feitas pelos cristãos que tendem a lançar descrédito sobre as verdades da fé judaica. Para este propósito, eu achei aconselhável subdividir esse trabalho em duas partes. A primeira parte é dedicada a um exame das objeções levantadas por cristãos contra a nossa religião e as provas citadas por eles para a comprovação de suas próprias doutrinas. A refutação que tenho dado, é, em muitos casos, com base na natureza contraditória de suas próprias declarações. A segunda parte compreende uma revisão cuidadosa e refutação das incoerências gritantes que estão explícitas no Novo Testamento. Para fins de tornar o argumento apresentado neste trabalho mais convincente e evidente, atribuí na primeira parte um capítulo separado para cada assunto particular a ser discutido. Na segunda parte, pareceu-me preferível adotar capítulos distintos para aquelas passagens do Novo Testamento que exigem crítica e refutação especiais. Que o Deus de todos os espíritos, fornecedor de sabedoria insondável e que examina todos os pensamentos ocultos, conceder uma bênção sobre os meus humildes esforços, perdoar todos os meus erros inconscientes, encorajar-me em minha pura fé e conceder sua divina proteção para mim e todo Israel. Amém!

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