Malaquias 1:11: "Pois do
oriente ao ocidente grande é o meu nome entre as nações. Em toda parte incenso
e ofertas puras são trazidos ao meu nome, porque grande é o meu nome entre as
nações", diz o Senhor dos Exércitos".
Os
cristãos sustentam que essa profecia diz respeito a sua fé, que tem sido tão
amplamente difundida no mundo.
REFUTAÇÃO:
Nós não vemos
nessas palavras de Malaquias qualquer alusão à fé do cristianismo, que sequer
existia na época do profeta. Sabemos
bem que Ageu, Zacarias e Malaquias foram contemporâneos, e que viveram cerca de
300 anos antes de Jesus. Na
época do último profeta, os gentios eram adoradores das constelações celestes e
de ídolos que representavam as constelações. Não
foi, no entanto, a intenção de Malaquias discorrer sobre as abominações da
idolatria, mas simplesmente reprovar os pecadores de Israel, que ofereciam
sacrifícios repugnantes, e, assim, profanavam o nome do Todo-Poderoso. Por
isso o profeta diz (capítulo 1, 12), " "Mas vocês
o profanam ao dizerem que a mesa do Senhor é imunda e que a sua comida é
desprezível". Posteriormente,
o profeta repreende o povo e diz: (capítulo 1, 13) "E vós trazeis uma
oferta que foi roubada, e animais coxos e os doentes". Quem
lê com atenção a lição do profeta vai achar que ele repreendeu os israelitas
por terem agido de forma pior em seus sacrifícios a Deus do que os gentios
faziam para com os seus ídolos. Essa
repreensão está de acordo com Ezequiel 5, 7: "E vocês nem sequer têm se
comportado da maneira dos gentios que estão ao seu redor!". Enquanto
os israelitas esqueceram de imitar o que era louvável no culto dos gentios,
eles seguiram cegamente suas práticas condenáveis, e, portanto, Ezequiel culpa
o seu povo, dizendo (capítulo 11, 12): " E vocês saberão
que eu sou o Senhor, pois vocês não agiram segundo os meus decretos nem
obedeceram às minhas leis, mas se conformaram aos padrões das nações ao seu
redor". "E
em cada incenso lugar é oferecido ao meu nome". Por
este meio é feita uma comparação entre a sordidez nos sacrifícios dos
israelitas e a maior liberalidade dos idólatras em suas ofertas para seus
falsos deuses. Pois
se perguntassem aos pagãos: ‘a quem fazeis esses sinais de reverência?’, obteriam
a resta: ‘a um poder divino que governa os destinos da humanidade’. Portanto, os
idólatras estavam cheios de temor e devoção, apesar de todos os seus erros . Embora
essas nações não tivessem uma ideia pura e elevada do Ser Supremo, elas foram
capazes de agir agradavelmente à sua vontade revelada; e,
portanto, o profeta estava correto ao declarar em nome do Senhor: "porque
o meu nome é grande entre as nações". Mas
pelo fato de que não se pode aprovar um sistema de adoração em que uma criatura
é colocada em pé de igualdade com o criador, os gentios só encontrariam favor adquirindo
a crença sublime de uma Divindade onipresente e onipotente, pois
somente essa crença oferece gratificação real para a mente, raciocínio e coração
desejosos. Daí
Malaquias 3, 4 passa a dizer: "E os
sacrifícios de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor, como nos dias
antigos, e nos primeiros anos". Os
meios de encontrar favor aos olhos do Todo-Poderoso só aumentariam quando os
obstáculos religiosos fossem retirados. O
favor do Senhor, portanto, depende da pureza de Seu adorador. Assim, Malaquias
declara (Capítulo 3, 3), "Ele se sentará como um refinador e purificador de
prata; purificará os levitas e os refinará como ouro e prata. Assim trarão ao
Senhor ofertas com justiça". É
natural que os filhos de Levi e os sacerdotes sejam proeminentemente notados
nessa profecia, pois os guias espirituais do povo eram os mesmos homens que
foram designados "como os inimigos do meu nome". Aqueles
que guiam ao caminho do pecado devem também, exemplarmente, serem os primeiros
a receberem a punição. O
versículo que encabeça este capítulo tem um belo paralelo no Salmo 113, 3:
"Desde o nascer do sol ao pôr do mesmo, o nome do Senhor é louvado; o
Senhor está acima de todas as nações". Não
se pode dizer que Davi incluiu todas as nações dos gentios contemporâneos na
adoração do Deus de Israel, nem que ele considerou todas as nações crentes na
mesma Divindade, pois
ele condena no mesmo livro as práticas pagãs, dizendo (Salmo 115, 4-9):
"Os ídolos deles são de ouro e de prata, as obras das mãos do homem, pois
eles têm bocas e falam não,
eles têm olhos e não vêem, têm ouvidos e não ouvem, têm nariz e não cheiram,
têm mãos e não sentem, pés e não andam, não falam com suas gargantas. Como eles
são aqueles que os fazem ,
sim, todos os que neles confiam. Confie, Israel, no Senhor, Ele é o seu escudo
e sua ajuda". Quase os mesmos
termos são usados no Salmo 135, 15-18. Vemos,
então, que os gentios, mesmo com todos os seus erros, desejavam a adorar a Primeira
Causa de toda a existência. O
Salmista, bem como o profeta citado acima, consideraram a fé e a observância de
Israel como baluartes por meio dos quais a mente do homem obtém verdadeira
eminência e consolação. Consequentemente,
não há o menor motivo para abandonar o caminho que aponta a religião para seus
seguidores e adotar uma fé tão manifestamente em contradição com a nossa antiga
Lei!
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