Oséias 2, 13: "E eu farei com que todo o seu gozo cesse,
suas festas, as suas luas novas, e os seus sábados, e todas as suas festas
solenes". A partir dessa passagem, os cristãos argumentaram que, a partir
da vinda de Jesus Cristo, as leis de guardar sábados, luas novas e festivais
foi revogada, e que o Senhor não mais tem nenhum prazer na guarda desses dias por
Israel, como foi declarado em Isaías 1, 14: "As vossas luas novas e as
vossas festas, a minha alma as odeia".
REFUTAÇÃO:
O profeta aqui simplesmente anuncia que, durante as
adversidades graves resultantes do exílio, o prazer sentido anteriormente nas
épocas festivas cessará e dará lugar a aflições. Isso pode ser visto se
observarmos o contexto, e será confirmado pelos acontecimentos posteriores.
Após a desolação do templo, quando os israelitas foram impedidos de praticarem
sua religião, a obrigação do sábado e os prazeres dos festivais foram
esquecidos. Veja Lamentações 2, 6: "O Senhor fez com que os dias solenes e
sábados se esquecessem em Sião", o que ocorreu porque "tem aumentado a
lamentação a filha de Sião". Se fosse a intenção dos profetas Isaías e
Oséias prever a cessação dos sábados e festivais, como eles, assim como os profetas
posteriores, poderiam tão enfaticamente exortar a estrita observância destes
dias solenes?
Também não decorre da expressão "As vossas luas novas e
as vossas festas, a minha alma as aborrece" que o Todo-Poderoso estava cansado
das observâncias sagradas e que desejava tê-las revogado. O sentido é óbvio: os
malfeitores desse período reuniam-se no Santuário para fins idólatras. Sua
celebração dos sábados e festivais não poderia ser aceitável enquanto eles
adoravam ídolos, e não o verdadeiro Ser Divino, como se depreende do contexto
do primeiro capítulo de Isaías. Se a interpretação cristã, que diz que a
abolição dos dias sagrados é expressa no primeiro capítulo de Isaías, fosse a
verdadeira, por que, então, o mesmo livro termina com a seguinte profecia que
está a ser cumprida na vinda do Messias? "E virá passar que de um sábado a
outro, e desde uma lua nova até a outra, virá toda a carne a adorar perante
mim, diz o Senhor". Da mesma forma, Zacarias profetizou no último capítulo
de seu livro (versículo 16): "E será que todos os que restarem de todas as
nações que vieram contra Jerusalém subirão de ano para ano para adorarem o Rei,
o Senhor dos exércitos, e para celebrarem a festa dos tabernáculos". Isso
mostra que as festas devem continuar, mesmo na época do Messias, quando não só
os judeus, mas também os gentios então existentes observarão solenemente os
dias de Santa Convocação. Além disso, o leitor deve conferir o capítulo 19 deste
trabalho, em que se observou que, mesmo Jesus e seus discípulos guardaram o
santo sábado, e que apenas alguns séculos após sua morte, um papa ordenou que o
primeiro dia da semana em vez do sétimo fosse guardado como o dia de descanso.
Assim provamos que esta inovação vai contra as doutrinas ensinadas pelo próprio
Jesus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário