terça-feira, 13 de setembro de 2016

Parte 1, Capítulo 24 - Anulação das leis de Moisés profetizada (Jr 3, 16) ?



Jeremias 3, 16, "E sucederá que, quando vos multiplicardes e frutificardes na terra, naqueles dias, diz o Senhor, nunca mais se dirá: A arca da aliança do Senhor, nem lhes virá ao coração; nem dela se lembrarão, nem a visitarão; nem se fará outra". A partir desse texto, os cristãos argumentam que a lei de Moisés, que foi depositada junto à arca, seria, em um período futuro, anulada.

REFUTAÇÃO:

No capítulo 19 já foi provado por prova inequívoca e, especialmente, pelos seus próprios Evangelhos, até mesmo por alusões a seus escritores teológicos, que a lei de Moisés é eterna, e que nenhuma nova revelação jamais suplantará a Lei antiga. Tendo, portanto, suficientemente provado a debilidade das opiniões adversas a este ponto de vista, nós nos limitaremos aqui às explicações acima citadas: todo leitor das Escrituras conhece a passagem em I Reis 8, 9: "Não havia nada na arca, além das duas tábuas de pedra". Estas tábuas são chamadas ‘as tábuas da aliança’. A arca, como o receptáculo dessas tábuas, foi nomeada ‘a arca da aliança’. Os próprios cristãos admitem que o conteúdo das tábuas do Decálogo são imutáveis e que nenhum homem pode esperar a a salvação de sua alma se repudia os Dez Mandamentos. Teremos de voltar a esse assunto na revisão de algumas passagens em Mateus 19. O que aqui é dito é tão certo, que os cristãos são intimados a seguir os Dez Mandamentos, embora tenham arbitrariamente alterado o dia marcado para a celebração do sábado, apesar de nenhuma sanção tenha sido dada por Jesus ou seus discípulos para fazê-lo. Consequentemente, os cristãos não têm o direito de afirmar que a arca da aliança do Senhor e as duas tábuas com os seus conteúdos serão esquecidas. Nem são justificados na afirmação de que a lei de Moisés será revogada e não ser lembrada mais por parte de Israel, uma vez que as passagens bíblicas citadas por eles não oferecem qualquer evidência em apoio do seu argumento. Malaquias, o último dos profetas (3, 22 [4, 4]), dá a advertência divina: "Lembrem-se da lei de Moisés, meu servo, a qual lhe mandei em Horebe, em todo o Israel, com os estatutos e juízos". Este profeta demonstra claramente que a lei divina certamente não será abolida em qualquer tempo futuro; pelo contrário, que a dignidade de Israel e de Jerusalém será aumentada em um dia futuro. O autor faz alusão àqueles dias em que Israel deve aumentar-se e multiplicar-se na Terra Santa, quando as nações dos gentios virão em busca da Palavra do Senhor em Jerusalém. Para este efeito, diz Isaías (capítulo 2, 2): "E todas as nações virão a Ele". Essas nações não buscarão a aliança divina de modo profano, nem invadirão o lugar de repouso da Arca Sagrada, porque elas estarão também totalmente impressionadas com a santidade da casa de Deus, onde será restabelecido o trono do juízo. O Templo, em seguida, não será a localização exclusiva para que os gentios se juntem, mas toda a Jerusalém será uma residência do conhecimento divino, para onde os gentios devem recorrer, a fim de invocar o nome do Senhor e servi-lo. Os deveres sagrados e atos de piedade do homem não se limitarão apenas aos recintos do templo. Veja Joel 4, 17 (3, 17 nas versões cristãs): "E Jerusalém será santa, e estranhos não passarão por ela". Aqui nós aprendemos que a santidade de Jerusalém impedirá que estrangeiros entrem, mesmo com o objetivo de profana-la. Os indignos entre os gentios e os impuros no meio de Israel de igual modo serão mantidos longe da Cidade Santa; mas a cidade do Senhor estenderá a sua conversão e influência até a distância mais remota. Os gentios, seguindo o salutar ministério da raça escolhida, serão considerados como servos do Senhor, como os filhos de Israel. O profeta, portanto, diz: "E muitas nações se juntarão ao Senhor e serão o meu povo". No capítulo 56, 6-7 Isaías prediz "também os filhos dos estrangeiros que se chegarem ao Senhor para servi-lo e para amarem o nome do Senhor, para serem seus servos: todos os que guardarem o sábado de o profanarem, e que abraçam o meu pacto, mesmo esses os levarei ao meu santo monte, e os alegrarei na minha casa de oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar, porque a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos".

Isso mostra que, no momento do advento do Messias, todas as nações farão uma homenagem à santidade da terra de Israel, e toda a terra da Palestina irá assumir o caráter sagrado da cidade de Jerusalém; e a cidade de Jerusalém voltará a participar da santidade do Templo Divino.

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