sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Parte 2, Capítulo 90 - Ignorância sobre hebraico leva Paulo ao erro sobre o termo "semente"/"descendência"



Gálatas 3, 16: "Ora, a Abraão e à sua descendência foram feitas as promessas! Não se diz ’às muitas descendências’, mas a uma só: ‘à tua descendência’, que é Cristo".

A falta de conhecimento da natureza da língua hebraica levou o autor da epístola a uma conclusão errada. Quando ‘semente’ [ou descendência, em hebraico זרע] significa ‘posteridade’, o termo nunca é colocado no plural. Veja Gênesis 13, 15: "Por toda a terra que vês, eu te darei a ti e à tua descendência para sempre". Imediatamente após esta promessa, lemos: [Gênesis 13, 16] "E a tua descendência será como o pó da terra". Isso se refere ao número de indivíduos e não a um único indivíduo. Mais uma vez, encontramos em Gênesis 15, 5: "E o fez sair da casa, e disse: Olha agora para o céu, e conta as estrelas, se puderdes contá-las; Será assim tua descendência ".

Veja também o versículo 13: "E falou a Abraão: Certamente saberás que a tua descendência será estrangeira numa terra que não é dela". Estes exemplos podem ser suficientes, mas semelhantes podem ser encontrados em várias partes da Escritura. Essas anotações fornecem abundante prova de que o termo semente, na promessa dada a Abraão, se refere a uma nação inteira.

Parte 2, Capítulo 80 - Palavras de Deus por meio de Moisés em Dt 30, 14 distorcidas por Paulo



Romanos 10, 6-9: "Não digas no teu coração: ‘Quem subirá ao céu?’ (Ou seja, para trazer Cristo de cima), ou: ‘Quem descerá ao abismo?’. A palavra está na tua boca, e no teu coração, isto é, a palavra da fé que eu prego: Que se tu confessares com a tua boca o Senhor Jesus e creres no teu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo".

Se aqueles a quem Paulo estava pregando abrissem o trigésimo capítulo do Deuteronômio, versículo 14, eles poderiam ter percebido que as palavras de Moisés foram mal interpretadas pelo Apóstolo. Essa parte de nossa lei nos diz apenas que está ao alcance de todo homem ser penitente e obter misericórdia e perdão.

Nosso legislador, tendo falado em termos gerais "Se te voltares para o Senhor teu Deus, com todo o teu coração e toda a tua alma", etc., continua dizendo: (Deuteronômio 30, 11): "Porque o mandamento que eu dou Não está escondido de ti, nem está muito longe, nem está no céu, para que digas: Quem subirá ao céu por nós, e no-lo fará descer, para que possamos praticá-lo? Etc.”

Tendo sido demonstrado que o dom da misericórdia é colocado em justaposição com a facilidade de adquiri-lo, somos capazes de compreender a expressão: "Esta questão está muito perto de ti, é no teu coração e tua boca que tu Pode fazê-lo".

Parte 2, Capítulo 79 - Exemplo de texto tirado de contexto pelo Novo Testamento



Romanos 9, 33: "Como está escrito: Eis que ponho em Sião uma pedra de tropeço e uma rocha de ofensa, e todo aquele que nela crê não se envergonhará".

Esta passagem é uma coleção de sentenças curtas unidas, quer por ignorância ou má fé, para mostrar que Jesus é o único Salvador daqueles que encontraram "a sua pedra de tropeço em Sião". No capítulo 8, 14 de Isaías, encontramos: "Então ele vos será por santuário; mas servirá de pedra de tropeço, e rocha de escândalo, às duas casas de Israel; por armadilha e laço aos moradores de Jerusalém.". E o profeta diz, em outro lugar (capítulo 28, 16): "Portanto, assim diz o Senhor Deus: Eis que eu estabeleci um fundamento em Sião, uma pedra provada, uma preciosa pedra de canto, bem estabelecida, bem fundada".

Outra citação incorreta de nossas Escrituras é também encontrada em Romanos 10, 11: "Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não se envergonhará".
Pedro, em sua primeira Epístola (2, 6), cita a partir de sua memória, que o traiu: "Por isso também está contido na Escritura: Eis que eu ponho em Sião uma pedra fundamental, eleita, preciosa, e quem crê nela não será Confundido".

Desligar ou conectar arbitrariamente diferentes palavras da Escritura para dar apoio a doutrinas não ensinadas em nossos Livros Sagrados é, segundo nossa opinião, a própria refutação de quem assim procede, uma ação altamente culpável.