quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Parte 1, Capítulo 37 - Jesus seria ferido, e seu rebalho espalhado? (Zc 13, 7)



Zacarias 13, 7: "espada, desperta-te contra o meu pastor, e contra o homem que é o meu companheiro, diz o Senhor dos Exércitos. Fere ao pastor, e espalhar-se-ão as ovelhas; mas volverei a minha mão sobre os pequenos".

De acordo com a opinião dos cristãos, o profeta referiu-se a Jesus por meio do título "homem que é o meu companheiro", e aos discípulos de Jesus pela expressão "ferir o pastor e as ovelhas se dispersarão". Esta afirmação repousa sobre o que lemos em Marcos 14:27.


REFUTAÇÃO:

A explicação dada pelos cristãos para a passagem acima é desprovida de verdade. O contexto ao qual o versículo acima pertence refere-se exclusivamente à queda dos reis de Palestina e à dispersão de Israel. Simultaneamente àquele evento, a destruição de idólatras deveria ocorrer, e os justos seriam salvos da aniquilação total. O comando dado à espada para "ferir o pastor que é o meu companheiro" apenas significa que os reis que oprimem os judeus seriam punidos, e que, em sua ilusão, acreditam que estão fazendo uma obra divina em perseguir um povo religioso.  Em sua vaidade desmedida, imaginaram-se os porta-vozes e associados do Todo-Poderoso, enquanto nas mentes daqueles homens a serpente da tentação sussurrava, como fez a nossos primeiros pais: "e vós sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal."

Essa presunção encontramos entre os governantes da Ásia e África, onde a iluminação tem feito progressos menos rapidamente do que na Europa. A humilhação é mais necessária aos nãos instruídos, a fim de ensiná-los a conhecer a pequenez de orgulho e a superioridade de mansidão. "Fere o pastor e as ovelhas se dispersarão". Essa passagem indica que os governantes dos gentios, que se vangloriam de seu governo iníquo, serão derrubados e, a partir de sua queda, a libertação de Israel irá surgir. há muitos pastores que devem ser atingidos antes da inteira libertação de Israel, pois, ao contrário do cativeiro no Egito antigo, os judeus estão agora espalhados por vários estados e reinos. O retorno do nosso povo à herança de seus pais, portanto, não ocorrerá de forma unificada, mas em muitas multidões destacadas. O termo וּתְפוּצֶיןָ   (“se despersarão”) da passagem acima, ocorre também na forma de um substantivo em Isaías 11, 12 "e ajunta os dispersos (נְפֻצוֹת) de Judá". "E eu vou voltar a minha mão contra os pequenos". Esta passagem, da mesma forma, alude aos príncipes vencidos e impotentes que receberão humilhação de acordo com os seus deméritos. O Todo-Poderoso ajudará àqueles que tenham sido vítimas da maldade. Os habitantes da terra serão terrivelmente despertados de sua ilusão, obedecendo à chamada de Isaías, que diz (capítulo 34, 1-2), "aproximem-se, nações, e ouçam, pois o Senhor executará julgamento sobre os perseguidores cruéis de seu povo".

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