Jeremias 31, 32: "Eis que
vêm os dias, e eu vou fazer uma nova aliança com a casa de Israel e com a Casa
de Judá". Os
cristãos afirmam que o profeta Jeremias aqui anunciava o advento de uma nova
lei para o povo de Israel, que seria o Evangelho de Jesus de Nazaré.
REFUTAÇÃO:
A Escritura não alude aqui à
substituição da antiga Lei por uma nova, mas apenas à realização de um novo
pacto, uma aliança independente da lei. Assim,
encontramos na história de Finéias (Números 25, 12): "Eis que eu dou o meu
pacto de paz". A
aliança, portanto, não poderia significar a emissão de uma nova lei destinada
apenas a Finéias. Em
Levítico 26, 42, nos deparamos com uma menção como de uma aliança: "E me
lembrarei do meu pacto com Jacob, do meu pacto com Isaac, e também da minha
aliança com Abraão me lembrarei", etc. A partir deste modo de expressão, ninguém
se arriscaria a inferir que o Todo-Poderoso deu uma lei especial para cada um
dos patriarcas! Pactos também são feitas
entre homem e homem. Assim,
encontramos, em Gênesis 21, 32: "Eles dois [Abraão e Abimeleque] fizeram
um pacto um com o outro". Voltando
agora ao verdadeiro sentido do verso no início deste capítulo, descobrimos que
o Todo-Poderoso tem reservado para Israel a outorga de um novo pacto de proteção
quando o povo judeu for restaurado a sua terra, um pacto que, ao contrário do
anterior, nunca será dissolvido. Por
conta disso a profecia continua (em Jeremias 31, 31 e versos seguintes) e diz
que a aliança futura não será como "a aliança que fiz com seus pais no dia
em que os tomei pela a
mão, para os tirar da terra do Egito, pois quebraram minha aliança", etc.
Após essa introdução, o profeta prossegue: "Mas este é o pacto que farei
com a casa de Israel: vou colocar a minha lei no
seu interior, e a escreverei no seu coração, e serei o seu Deus e eles serão o
meu povo". Essas
citações são suficientes para mostrar que o Todo-Poderoso não tinha a intenção
de emitir uma nova lei, mas de imprimir sua antiga Lei Divina nos corações da
pessoas, de modo que a Lei nunca seja
esquecida em todo o tempo. O
leitor, dirigindo-se ao capítulo 19, descobrirá que demonstramos a perpetuidade
da Lei Divina que foi dada no Sinai. Consequentemente,
a promulgação de uma nova lei suplantando a antiga não pode ocorrer.
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