terça-feira, 18 de outubro de 2016

Parte 2, Capítulo 51 - Jesus usa um salmo que reprova sua afirmação de ser "filho de Deus"



João 10, 33-36: " Os judeus responderam, dizendo-lhe: Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia; porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo. Respondeu-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Sois deuses? Pois, se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida, e a Escritura não pode ser anulada, àquele a quem o Pai santificou, e enviou ao mundo, vós dizeis: Blasfemas, porque disse: Sou Filho de Deus?".

A resposta equívoca de Jesus à acusação de se denominar Deus argumenta mais contra do que a favor de sua pretensão. Ao citar em sua defesa acima as palavras do Salmo 82, 6: "Eu disse: Vós sois deuses, e filhos do Altíssimo", ele não tinha em mente que o salmista falou com o propósito de mostrar que aqueles que se dizem filhos de Deus se traem pela sua própria natureza, iludindo a si próprios e a outros, pois o texto continua: "Mas, certamente morrereis como os outros homens, e caireis como qualquer um dos príncipes". A ocorrência da palavra Elohim (“deuses”), nem sequer mostra que o Ser Divino é realmente aludido ali! Temos casos em que os anjos e os juízes são designados por esse mesmo termo, que seria uma expressão de poderes superiores ou autoridades. Veja Juízes 13, 22: “Devemos morrer, pois temos visto um Elohim (um ser superior)”. Em Êxodo 22, 8 [22, 9], lemos: "A causa de ambos os homens deve ser trazida aos Elohim (as autoridades judiciais), e quem os Elohim acharem culpado, ele deve pagar uma parcela dobrada ao seu próximo". Uso semelhante é feito da palavra Elohim em vários lugares de nossas Escrituras. No Salmo 82, 1, Elohim tem a mesma significação de anjos e mensageiros do Todo-Poderoso.

Quando Deus disse a Moisés: "Eis que te fiz Elohim a Faraó", Ele falou apenas dele como de um mensageiro que veio em nome do Altíssimo. As abundantes passagens distircidas pelo Novo Testamento mostram o conhecimento escasso e superficial que seus autores possuíam da língua e significado da nossa Sagrada Escritura.

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