segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Parte 2, Capítulo 37 - Jesus e Paulo não praticaram o ensinamento de "dar a outra face"



Lucas 6, 27-29: "Mas eu digo a vocês que estão me ouvindo: Amem os seus inimigos, façam o bem aos que os odeiam, abençoem os que os amaldiçoam, orem por aqueles que os maltratam. Se alguém lhe bater numa face, ofereça-lhe também a outra. Se alguém lhe tirar a capa, não o impeça de tirar-lhe a túnica". Esse texto é uma repetição do que pode ser encontrado em Mateus 5, 39. Ambas as ordens sempre foram e são, no entanto, não só ignoradas pelos membros da religião cristã, mas não foram sequer praticadas pelo próprio Jesus no espírito literal das palavras! Em João 18, 22, vemos que Jesus, quando espancado por um servidor, em vez de oferecer tranquilamente sua outra face, muito naturalmente discutiu com ele sobre a injustiça de tal procedimento sumário. Paulo, ao invés de silenciosamente se submeter à ordem dada pelo sacerdote, sobre ferirem o apóstolo na boca (Atos 23, 2-3), ou de oferecer mansamente a bochecha, indignado xingou: "Deus te ferirá, tu, branqueada parede!". Se o preceito foi quebrado, a rigor, pelo próprio discípulo que o promulgou, é estranho atribuir às doutrinas de Jesus, como é feito em algumas partes do Evangelho, um maior grau de praticabilidade do que o das antigas leis de Moisés, o que deve convencer qualquer homem pensativo de que as doutrinas cristãs nem sempre são infalíveis.

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