domingo, 24 de fevereiro de 2019

Parte 1, Capítulo 44 - O Messias estabelecerá uma única fé e um único credo (Is 45, 23, Sf 3, 9)


Eu demonstrei para alguns cristãos que após o advento do Messias haverá apenas uma fé e uma religião em todo o mundo. Veja Isaías 45, 23: “Por mim mesmo tenho jurado, já saiu da minha boca a palavra de justiça, e não tornará atrás; que diante de mim se dobrará todo o joelho, e por mim jurará toda a língua”. Sofonias 3, 9 diz “Porque então darei uma linguagem pura aos povos, para que todos invoquem o nome do Senhor, para que o sirvam com um mesmo consenso”. Os próprios cristãos devem admitir que haverá uma fé única, já que João reconhece em seu evangelho, capítulo 10, 16, que haverá “um só pastor e um só rebanho”. Agora, uma vez que a doutrina da unidade da fé é admitida por todos os lados, não é necessário argumentar qual dos três principais credos prevalecerá, se será o judeu, o cristão ou o maometano, pois certamente um deles deve ser adotado e os outros dois cairão necessariamente. Quando examinamos as declarações dos profetas, devemos, sem dúvida, reconhecer que a fé de Israel se destina a sobreviver a todas as outras. Veja, por exemplo, Isaías 52, 1: “Desperta, desperta, veste-te da tua fortaleza, ó Sião; veste-te das tuas roupas formosas, ó Jerusalém, cidade santa, porque nunca mais entrará em ti nem incircunciso nem imundo”. As escrituras evidentemente designavam os cristãos pelo nome de incircuncisos, e os maometanos, apesar de suas frequentes abluções, merecem, em muitos aspectos, o epíteto “impuro”. Estas duas seitas são mais especialmente apontadas na profecia porque eles, como os representantes de Edom e Ismael, detiveram alternadamente Jerusalém desde a sua destruição por Tito.

O profeta declara que na época da redenção futura nenhum dos incircuncisos e dos impuros voltarão a entrar pelas portas da cidade santa. Da mesma maneira diz o profeta Joel, no capítulo 4, 17 (3, 17 nas bíblias cristãs): “Jerusalém será santa e nenhum estrangeiro entrará nele”. A respeito das mesmas duas nações diz o profeta Isaías (66, 17): “Os que se santificam, e se purificam, nos jardins uns após outros; os que comem carne de porco, e a abominação, e o rato, juntamente serão consumidos, diz o Senhor”. Aquelas pessoas que se santificam e se purificam são obviamente os ismaelitas, que se contaminam pelas mais licenciosas indulgências. A forma reflexiva do verbo hebraico, como usada nesta citação, transmite a ideia de pretensão e falsa alegação, e sobre os mesmos indivíduos o profeta diz que eles “santificam e purificam a si mesmos”. A expressão “os comedores de carne de porco e outras abominações” faz alusão aos cristãos e seu credo. Portanto, estes sectários perecerão durante as guerras dos últimos tempos. Quanto ao povo de Israel, no entanto, Isaías diz (capítulo 66, 20): “E trarão a todos os vossos irmãos, dentre todas as nações, por oferta ao Senhor, sobre cavalos, e em carros, e em liteiras, e sobre mulas, e sobre dromedários, trarão ao meu santo monte, a Jerusalém, diz o Senhor; como quando os filhos de Israel trazem as suas ofertas em vasos limpos à casa do Senhor”. As nações sobreviventes das guerras dos últimos tempos mostrarão honra aos israelitas e apressar-se-ão a unir-se ao verdadeiro serviço do Senhor. A esse respeito o profeta diz (capítulo 66, 23): “E será que, de uma lua nova à outra, e de um sábado a outro, toda a carne virá a se dobrar diante de mim, diz o Senhor”. Na profecia de Zacarias, nós também encontramos (capítulo 14, 16): “E acontecerá que todos os que tiverem sido poupados de todos os gentios que subirem contra Jerusalém subirão de ano em ano para se curvarem diante do Rei, o Senhor dos Exércitos, e para celebrar a festa dos tabernáculos”. A previsão de uma visita periódica a Jerusalém por todos os gentios, para a observância dos festivais do Senhor, é uma prova evidente de que eles devem se unir à antiga nação de Israel. Com essa visão, o profeta Zacarias diz (capítulo 8, 23): “Assim diz o Senhor dos Exércitos: Naquele dia sucederá que pegarão dez homens, de todas as línguas das nações, pegarão, sim, na orla das vestes de um judeu, dizendo: Iremos convosco, porque temos ouvido que Deus está convosco”. O mesmo profeta declara em outro lugar (capítulo 9, 7): “E da sua boca tirarei o seu sangue, e dentre os seus dentes as suas abominações; e ele também ficará como um remanescente para o nosso Deus”. Isso prova que eles se absterão de comer comida ilícita, como aqueles que nascem israelitas. Já nos referimos a esse ponto e encaminhamos o leitor para os Capítulos 15 e 25 deste trabalho. A fim de provar a força de nossa doutrina além de qualquer dúvida, temos apenas que acrescentar a clara previsão do mesmo profeta (Zacarias 14, 9): “E o Senhor será rei sobre toda a terra; naquele dia um será o Senhor, e um será o seu nome”. O Senhor não será mais adorado sob o título restrito de Rei de Israel, como ele realmente é descrito por Isaías, que diz (capítulo 44, 6): “Assim diz o Senhor, o Rei de Israel e seu Redentor, o Senhor dos Exércitos, Eu sou o primeiro e Eu sou o último, e além de Mim não há outro Deus”. E novamente, no capítulo 45, 15 “Verdadeiramente tu és o Deus que te ocultas, o Deus de Israel, o Salvador”. No capítulo 54, 5, o mesmo profeta nos informa da universalização do nome do Deus de Israel para o do Deus reconhecido por todas as nações: “Porque o teu Criador é o teu marido; o Senhor dos Exércitos é o seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor; que é chamado o Deus de toda a terra”. O Único Deus e sua única Lei do Sinai serão reconhecidos por todos os habitantes da terra. Nenhum princípio da dualidade ou da trindade prevalecerá então. Todas as nações que (Tu, Deus,) fizeste virão então, como o salmista exclama (Salmo 86, 9) “e se prostrarão diante de Ti e honrarão o Teu nome”. E como Soberano de todos os reinos do universo o Supremo Rei do Céu será reconhecido. Assim, de todos os reinos da terra, o seu rei ungido, o Messias, será o único governante terreno. Teremos outra oportunidade de tratar deste último assunto mencionado ao discutir, na segunda parte deste trabalho, os méritos do conteúdo de outros capítulos do Evangelho de João. Concluímos este capítulo com a convicção de que os homens de compreensão e leitura, considerando atentamente tais passagens como citamos, não podem mais conscientemente recusar seu consentimento à nossa crença no futuro estabelecimento universal da Fé de Israel.

Nenhum comentário:

Postar um comentário