domingo, 24 de fevereiro de 2019

Parte 1, Capítulo 32 - Amós 5, 2 profetiza um cativeiro duradouro para os judeus, sem redenção?


Amós 5, 2 diz: “A virgem de Israel caiu, e não mais tornará a levantar-se; desamparada está na sua terra, não há quem a levante”. A partir desse versículo, tem sido argumentado que a queda de Israel está determinada para sempre, que nosso cativeiro nunca terminará e que não temos chance de redenção.

Refutação: É evidente, a partir de outras palavras do mesmo profeta, que essa previsão não se relaciona com a perpétua condenação de Israel, pois ele diz no final de seu livro (9, 14 - 15), “E trarei do cativeiro meu povo Israel, e eles reedificarão as cidades assoladas, e nelas habitarão, e plantarão vinhas, e beberão o seu vinho, e farão pomares, e lhes comerão o fruto. E plantá-los-ei na sua terra, e não serão mais arrancados da sua terra que lhes dei, diz o Senhor teu Deus”. Uma vez que uma contradição nas promessas proféticas não pode ser admitida, as passagens acima só podem ser explicadas da seguinte maneira: o profeta, depois de ter relatado os males que aguardam Israel por causa de sua conduta iníqua, os repreende, no capítulo 4 do mesmo livro, cinco vezes seguidas: “E não voltastes para mim, diz o Senhor”.

Ele continua, no mesmo capítulo, verso 12: “Assim te farei, ó Israel! E porque farei isto a ti, prepara-te para encontrar teu Deus, ó Israel!”, O que implica penitência e boas ações. Deus fará bem ao povo judeu e transformará seus sofrimentos em felicidade, pois Ele é teu Deus, que distribui o mal e o bem de acordo com suas ações. A fim de aludir a Deus como o que guia os eventos do universo, o profeta continua (v. 13) “Porque eis aqui o que forma os montes, e cria o vento, e declara ao homem qual seja o seu pensamento, o que faz da manhã trevas, e pisa os altos da terra; o Senhor, o Deus dos Exércitos, é o seu nome”. Ele é conhecedor de tudo, Ele é o Mantenedor e Defensor de todas as coisas, os eventos mais distantes Ele inspeciona claramente e Ele, através de Seus profetas, familiariza o homem com Seus desígnios. Ele também faz o bem e o mal para efetuar a Sua vontade entre os filhos dos homens, e assim Ele deve ser adorado sob o nome do Deus dos Exércitos como o Deus de todo o Universo. Ó Juiz, disponha-nos a submetermo-nos aos Seus decretos! Embora possamos ocasionalmente sofrer em consequência de nossos erros e falhas, ainda sentimos que Sua proteção se estende a nós em estrita concordância com Sua bondade!

Essa é a ideia predominante em todo o quarto capítulo de Amós, e compõe uma introdução adequada ao capítulo 5, que começa assim: “Ouvi esta palavra, que levanto como uma lamentação sobre vós, ó casa de Israel. virgem de Israel caiu, e não mais tornará a levantar-se; desamparada está na sua terra, não há quem a levante” etc. O profeta fala aqui da virgem de Israel e anuncia que as energias físicas do povo estão exauridas pela tirania de estranhos e pela perda daqueles enviados para o exílio. Seus próprios reis e governantes não tinham mais forças para promover o arrependimento requerido e, portanto, uma intervenção Divina era necessária para realizar sua restauração. Por isso, o profeta, por exemplo, no versículo 3, traz a triste mensagem: “Porque assim diz o Senhor DEUS: A cidade da qual saem mil conservará cem, e aquela da qual saem cem conservará dez, para a casa de Israel”. De acordo com o profeta, as calamidades relacionadas à queda de Israel seriam temerosas, pois o povo seria atingido pela espada, ou dizimado pela fome e pela pestilência, e apenas uma pequena porção seria poupada para o cativeiro. Contra tal prostração nacional, o profeta aponta o único remédio, ou seja, o sincero arrependimento. O terrível anúncio da destruição de Israel é, portanto, inteiramente mitigado pelo conselho divino que pode ser visto em Amós 5, 4: “Assim diz o Senhor a Israel: Buscai-me, e vivereis!”. Está bem entendido que o termo “buscar” significa tornar-se penitente. Isaías (55, 6-7), usa uma expressão semelhante: “Buscai o Senhor, enquanto ele ainda pode ser encontrado”. Ele explica sua admoestação dizendo: “Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem iníquo os seus pensamentos, e retorne ao Senhor, e Ele terá compaixão”. Isso mostra que o profeta Amós não previu a irrecuperável ruína de Israel. Pelo contrário! Pode-se esperar obter, por meio da penitência, restauração e reavivamento como nação.

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